Antiga Agenda Escolar

História da minha primeira ilustração que recebeu reconhecimento

Era 1997, eu estava na terceira série de uma escola pública de Brasília, chamada Escola Classe 316 Norte. Em um dia de excursão com a escola, eu esqueci de levar minha autorização assinada pelos pais, e me mandaram para uma sala cheia de crianças na mesma situação. Enquanto todos os outros foram passear, nós ficamos na escola fazendo uma atividade.

A proposta da atividade era expressar um desejo, através de uma frase e um desenho. Minha dupla foi a Fernanda Oliveira, nós misturamos desenho à lápis, pintura Em 1998, todos os alunos da escola tinham uma agenda com meu desenho estampadocom tinha guache e colagem de cartolina colorida para ilustrar nossa frase: “Desejamos ver o mundo inteiro feliz e com muito amor”.

Naquela época, era obrigatório o uso da agenda da escola. Geralmente a capa vinha com uma foto da fachada, mas naquele ano a diretora decidiu inovar. Ela pediu todos os desenhos da aula de artes e escolheu um. Adivinhe qual? Isso mesmo! Em 1998, todos os alunos da escola tinham uma agenda com meu desenho estampado! Esquecer a autorização nunca foi tão proveitoso…

Passados 13 anos, fui visitar minha avó, e o que ela me deu? Um exemplar dessa agenda, novinho em folha! Vou guardar com carinho…

Quando aprendi a ler

Aprendi a ler e escrever bem cedo. Eu tinha quatro anos e estava no jardim I, e minha turma tinha aula de manhã na mesma sala que o pré tinha aula à tarde, a diferença é que nós só aprendíamos a usar lápis de cor, enquanto eles aprendiam o alfabeto. Mas a sala era a mesma, recheada pintava e desenhava de acordo com o que a professora tinha mandado, e depois copiava o alfabeto no verso da folha.de murais contendo várias palavras, e um imenso alfabeto acima do quadro negro. Sendo assim, todo dia eu fazia a mesma coisa: pintava e desenhava de acordo com o que a professora tinha mandado, e depois copiava o alfabeto no verso da folha.

Assim passei o jardim I e o jardim II. Quando chegou a hora de entrar no pré, a diretora da escola chamou minha mãe para conversar. Ela disse que o objetivo principal do pré seria ensinar as crianças a ler e escrever, e, como eu já sabia, poderia pular direto para a primeira série. Nessa ocasião, minha mãe fez uma decisão muito sábia e me matriculou no pré, mesmo. Os motivos eram vários: eu era uma criança muito pequenininha e teria dificuldade em me adaptar; além de português, no pré eles também ensinavam matemática; eu já tinha amiguinhas na turma; etc.

O que mais me intriga nessa história não eram as opções que minha mãe teve, nem a escolha que fez, mas o fato de que isso mudaria minha vida completamente. Não é apenas uma questão de imaginar se eu teria me adaptado à primeira série, e sim o que viria depois disso. Eu teria participado de grupos diferentes, feito coisas diferentes, teria outros professores, outros amigos, talvez nem tivesse chegado a conhecer meu namorado! E, se na hora que saí do terceirão eu já estava confusa sobre qual carreira seguir, imagine se isso tivesse acontecido mais cedo!

É impossível saber se minha vida seria melhor ou pior do que é, mas não tenho a menor dúvida de que hoje eu seria outra pessoa. Talvez uma pessoa melhor, talvez uma pessoa pior. As possibilidades eram infinitas!

Eram tão infinitas quanto são hoje!

Amizade


Texto inicialmente publicado no meu antigo blog, em 11 de maio de 2009.


Qual a diferença entre a amizade infantil e a amizade adulta? Estive pensando sobre isso e decidi escrever. Não para crucificar uma ou outra, mas descobrir o que cada uma tem de bom.

Lembro-me das amizades que fiz na minha infância. Naquele tempo, parecia que eu jamais me separaria dos meus amigos. Parecia que eles sempre estariam ali comigo, eu não tinha medo de que fossem embora. Ao mesmo tempo, eu vivia mudando de cidade e adorava! Por isso deixei muitos para Eu defendia meus amigos com unhas e dentes […] e isso era mútuo.trás sem nem sequer me importar. Por mais que amasse meus amigos, eu sabia que faria novos na próxima cidade. Eu nunca estaria sozinha.

Me tornei adolescente e as amizades se tornaram ainda mais fortes. Eu defendia meus amigos com unhas e dentes, seja lá qual fosse a ameaça, e isso era mútuo. Minha opinião era transparente enquanto pessoas falsas eram apedrejadas em praça pública. O maior medo que me assolava era o medo de perder meus amigos. Nunca mais desejei mudar de cidade, não queria me distanciar.

Mas, como já disse no post sobre o livro O Enigma do Quatro, as pessoas surgem em nossas vidas, cumprem seu papel e depois simplesmente seguem seus caminhos. E por mais que telefonem e mandem e-mails, todos mudam com o tempo. Como ema e avestruz, separados geograficamente por milhões de anos, cada um se adapta à sua realidade, e a vida segue.

E assim surgem as amizades adultas: depois de muito fazer grandes amigos, e estes se tornam colegas, e então conhecidos, e então desconhecidos. Com os anos, cada um cria um escudo em torno de si, contra o desapontamento e a solidão. Mas este escudo é grande demais e atrapalha a visão de quem o usa.

Meses atrás eu me sentia sozinha e sem amigos. Mas então tomei a decisão de jogar o escudo pela janela e me aproximar mais dos outros, sem medo. Assim descobri que quase todos se sentiam tão sozinhos quanto eu, muitos amigos me confessaram isso. Agora alguém me responda: isso faz sentido? É essa a equação: somar o que há de melhor em cada época da vida.Se várias pessoas se sentem sozinhas, por que não se juntam e ficam felizes e saltitantes até que o imprevisto os separe?

É essa a equação: somar o que há de melhor em cada época da vida. A despreocupação da infância, a lealdade da adolescência e as facilidades que os adultos têm em dar manutenção a amizades distantes. Essa é a minha equação, da minha vida. E é com base nela que eu vou evoluir para o próximo estágio. E você, já pensou na sua forma de amizade?

Violeta Flor do Cerrado. Nunca mais ouvi falar de você, amiga. Você não existe na internet! Será que escrevendo seu nome aqui, um dia você me acha? =)